- De Zero a Vinte
- Posts
- Influenza
Influenza
Cuidados e Prevenção
Nessas últimas semanas, temos visto um aumento considerável nos casos de quadros respiratórios agudos em crianças. Nada surpreendente, afinal, estamos mesmo no início da temporada dos vírus respiratórios (que começa no final do verão e vai até o final do inverno).
Febre, tosse, coriza, mal-estar... sintomas que preocupam pais, incomodam crianças e bagunçam o dia a dia, com perda de dias de escola e demais atividades. O que tem chamado a atenção de forma um pouco diferente nesse período mais recente é o número elevado de casos de infecção pelo vírus influenza.
Quem é o vírus influenza? Quais são as características da infecção por esse vírus? E que medidas pais, mães e cuidadores devem tomar diante de uma suspeita? Esse é o tema de hoje na Newsletter.
“É gripe?”
O vírus influenza nada mais é do que o vírus da gripe. Ou seja, algo com o qual convivemos há muito tempo. Desta forma, sob o ponto de vista dos sintomas, não há muito mistério. As crianças acometidas pela infecção pelo influenza apresentam febre, que pode ser alta e durar até 4 ou 5 dias, coriza, dor de garganta, dor no corpo e mal estar, além de tosse.
Na maior parte dos casos, a evolução é benigna, com recuperação completa após alguns dias, permitindo o retorno às atividades habituais da criança. O que pode perdurar um pouco mais é a tosse, que às vezes se estende por até 2 semanas, perturbando o sono das crianças e o sossego dos adultos.
Em alguns casos, bem menos comuns, as crianças podem apresentar outros sinais e sintomas, como dor muscular intensa, cefaleia e sonolência. Esses quadros são raros, mas demandam atenção, com avaliação médica assim que possível.
Tipos e subtipos
O tipo mais comum do vírus da gripe é o influenza A. Existem ainda influenza B e C (esse último bem mais raro). Quem é um pouco mais velho (tipo eu, né?) certamente vai se lembrar de um dos subtipos de influenza A. Estou falando do H1N1, responsável por uma pandemia na primeira década do século XXI. Hoje em dia, essa variante circula de forma similar às demais, não estando associada a maior gravidade.
Os exames complementares permitem a identificação do vírus na secreção nasal, através da coleta por swab (o famoso cotonete). Mas nem sempre essa coleta e a identificação do vírus são necessárias. Em casos leves, que cursam com sintomas dentro do tempo e intensidade esperados, podemos frequentemente manejar com tratamento sintomático e observação.
Sinais de Alerta
Quem são as crianças que devem ser testadas? Podemos separar em dois grupos. Em primeiro lugar, aquelas que têm fatores de risco para doença mais grave. Estamos falando de bebês muito pequenos (menos de 2 meses), crianças com asma ou outra doença pulmonar, e crianças com deficiências imunológicas. Pelo potencial de desenvolvimento de formas mais graves, a testagem vale a pena. O outro cenário engloba aquelas crianças que apresentam sintomas muito intensos ou de duração mais prolongada do que o esperado. Dificuldade para respirar, recusa completa de alimentos e líquidos, prostração excessiva. Esses sinais sugerem que a criança precisa de avaliação médica, e que pode se beneficiar da realização dos testes diagnósticos.
Tratamento
O tratamento da infecção por influenza é majoritariamente sintomático. Ou seja, tratar a febre e a dor no corpo com analgésicos/antitérmicos, oferecer bastante líquido, repouso, e manter o nariz desobstruído, através da lavagem com soro fisiológico conforme necessário.
Além disso, existe a possibilidade do tratamento antiviral em casos selecionados. Por isso é importante sempre conversar com seu pediatra para definir qual será a melhor conduta em cada caso.
Prevenção
Agora ficou fácil! A melhor prevenção, sem nenhuma dúvida, é a vacinação, disponível anualmente para crianças de 6 meses a 6 anos. A imunização diminui a incidência e também a gravidade das infecções por influenza, sendo absolutamente recomendada. Aliás, essa edição está sendo publicada originalmente em 21/03/2024, dia em que a campanha desse ano está se iniciando no Rio de Janeiro. Já fica aqui o reforço da recomendação.
Além disso, quando a criança já apresenta o quadro de influenza desenvolvido, as medidas de prevenção para evitar o contágio com outras pessoas são aquelas que já conhecemos. Lavagem de mãos, evitar coçar olhos e nariz e, claro, distanciamento. No caso das crianças, a medida mais importante é manter-se fora da creche/escola, ao menos até a resolução da febre.
Sabemos que é chato manter a criança afastada, mas também sabemos que é um período curto, que a recuperação tende a ser excelente, e que logo logo eles estão de volta às atividades habituais.
Conte sempre com seu pediatra para orientações e dúvidas, e, se necessário, avaliação e prescrição de medicamentos para sua criança.
Até a próxima!
Reply