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O Impacto das Mídias Sociais na Saúde Mental de Crianças e Adolescentes
Desafio para pais, mães e cuidadores.
O Impacto das Mídias Sociais na Saúde Mental de Crianças e Adolescentes
A criação de crianças e adolescentes é um desafio que todos conhecemos bem. Lidar com dúvidas, conflitos, estudos, amizades... convenhamos, não é fácil. No entanto, quando se trata do impacto das mídias sociais na saúde mental dessa população, nossa preocupação atinge um novo patamar. Estamos falando de um universo complexo, que impacta a maneira com que crianças e adolescentes (e adultos também, é claro) interagem entre si e com o resto do mundo.
Os dados científicos mais recentes mostram como adolescentes que utilizam mídias sociais (os “facebooks, tik toks e instagrams” da vida) apresentam um risco maior de transtornos de ansiedade e depressão. O que acaba por ser quase que contagioso para mães, pais e cuidadores.
A inquietação é compreensível. Ninguém quer ver seus filhos enfrentando dificuldades emocionais. No entanto, como veremos hoje, o uso regular das mídias sociais pode deixar cicatrizes profundas na saúde mental dos adolescentes, e isso é uma realidade que merece nossa atenção.
A temática de hoje é crucial e tem ganhado destaque nos estudos sobre saúde mental. O uso indiscriminado das mídias sociais por crianças e adolescentes é um fenômeno preocupante que merece nossa reflexão.
As Mídias Sociais —> impacto direto:
Por conta de suas características de exposição de “realidades” inalcançáveis, padrões irreais e criação de um ambiente de estímulo contínuo à competição e ao consumo, o uso excessivo das mídias sociais atua como uma agressão ao bem-estar mental dos adolescentes. A exposição constante a conteúdos muitas vezes irreais pode levar a:
1. Depressão e Ansiedade: A pressão para atender a padrões irreais de beleza e sucesso pode contribuir para a depressão e ansiedade.
2. Isolamento Social: Embora pareçam conectar as pessoas, as mídias sociais também podem levar à sensação de isolamento, à medida que os adolescentes se afastam das interações pessoais.
3. Falta de Sono: O uso noturno de dispositivos interfere no sono, o que tem sérios impactos na saúde mental.
4. Pressão Social: A constante comparação com os outros, influenciada pelas redes sociais, cria uma pressão social insuportável.
Identificando os Sinais de Alerta:
O primeiro sinal de que algo está errado é uma mudança no comportamento. Que sinais poderiam indicar que há algo de errado nessa relação? Alguns sintomas incluem:
1. Retraimento Social: Se o adolescente começa a se isolar de amigos e familiares, isso pode ser um sinal de alerta.
2. Mudanças no Humor: Oscilações de humor frequentes ou persistentes podem ser indicativas de estresse causado pelas mídias sociais.
3. Problemas de Sono: Dificuldades em adormecer ou acordar frequentemente durante a noite podem ser resultado do uso excessivo de dispositivos.
4. Queda no Desempenho Escolar: A falta de foco devido ao tempo gasto online pode afetar o desempenho acadêmico.
Uso Consciente da Tecnologia:
Entendendo o problema, é possível adotar algumas medidas para mitigar os efeitos negativos do uso excessivo das mídias sociais na saúde mental dos adolescentes podem ser evitados. Alguns passos importantes incluem:
1. Diálogo Aberto: Conversar com seu filho ou filha sobre os riscos e os limites do uso de mídias sociais é fundamental.
2. Estabelecer Limites: Definir limites de tempo para o uso de dispositivos ajuda a manter o equilíbrio.
3. Promover Atividades Offline: Incentivar atividades físicas, hobbies e interações sociais fora das mídias sociais é essencial.
4. Atenção: Não são só crianças e adolescentes que se encantam pelo celular e pelas mídias sociais. Muitas vezes, somos nós, adultos, que mergulhamos no nosso próprio mundinho. Reconhecer isso, e voltar nossa atenção para a vida real, e para as crianças e adolescentes sob nossa responsabilidade, é uma ferramenta importante de equilíbrio da situação.
Apesar de todas essas possibilidades que temos para lidar com a exposição excessiva às mídias sociais, é fato que a tecnologia faz parte da vida de crianças e adolescentes. E é nossa responsabilidade, como adultos, impor limites para garantir o bem-estar daqueles que estão sob nossa responsabilidade. Uma possível solução, que vem sendo defendida por alguns especialistas no tema, é o uso preferencial, entre crianças e adolescentes (ao menos até os 15 ou 16 anos), de “dumb phones”. Uma brincadeira com os tradicionais smart phones, os “telefones burros”, que fazem apenas ligações e mensagens de texto, permitem as vantagens de comunicação que a tecnologia traz, sem expor os jovens à essa dinâmica muitas vezes tóxica das mídias sociais.
Estratégias recentes, aqui no Brasil mesmo, têm buscado diminuir o uso do celular nas escolas. Justamente pela dificuldade de atenção e concentração relacionadas à vida nesse mundo alternativo que muitos adolescentes acabam vivendo. Talvez seja hora de levar essa ideia para mais campos da sociedade.
Abaixo, seguem sugestões de leitura sobre o tema.
Não é um tema de solução simples. As mídias sociais e os celulares se tornaram parte integral da vida de todos nós. Mas cabe aos adultos o papel de responsáveis. De proteger a saúde daqueles que estão com dificuldades de fazê-lo sozinhos. Mesmo que, em alguns momentos, agindo contra a vontade deles mesmos.
É um desafio. Como profissionais de saúde, estamos à disposição para participar desse processo.
Até a próxima!
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